Segundo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE em 2023 o valor da cesta básica de alimentos fechou o ano custando em Florianópolis R$ 758,50 (setecentos e cinquenta e oito reais e cinquenta centavos), que representa uma variação/redução de –1,225% no ano.
Um trabalhador que recebe um salário-mínimo mensal em dezembro, gastou 62,12% da sua remuneração para adquirir os produtos da cesta básica de alimentos.
Isso significa que ele precisou dedicar 126h25min de trabalho para adquirir estes produtos.
Ou seja, restaram 37,88% do seu salário para os demais gastos do lar, tais como: moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer, etc.
Acompanhe a variação apresentada durante o ano de 2023 na tabela abaixo:
Período | Mês | Capital | Valor da cesta | Variação mensal (%) | Porcentagem do Salário-Mínimo Líquido (%) | Tempo de trabalho | Variação no ano (%) |
1º quadrimestre | jan/23 | Florianópolis | 760,65 | -1,11% | 63,16 | 128h32min | -1,11% |
fev/23 | Florianópolis | 746,95 | -1,80% | 62,02 | 126h13min | -2,91% | |
mar/23 | Florianópolis | 742,23 | -0,63% | 61,63 | 125h25min | -3,54% | |
abr/23 | Florianópolis | 769,35 | 3,65% | 63,88 | 130h00min | 0,11% | |
2º quadrimestre | mai/23 | Florianópolis | 765,13 | -0,55% | 62,66 | 127h31min | -0,44% |
jun/23 | Florianópolis | 771,54 | 0,84% | 63,19 | 128h35min | 0,40% | |
jul/23 | Florianópolis | 746,66 | -3,22% | 61,15 | 124h26min | -2,82% | |
ago/23 | Florianópolis | 743,94 | -0,36% | 60,93 | 123h59min | -3,19% | |
3º quadrimestre | set/23 | Florianópolis | 747,64 | 0,50% | 61,23 | 124h37min | -2,69% |
out/23 | Florianópolis | 738,77 | -1,19% | 60,51 | 123h08min | -3,88% | |
nov/23 | Florianópolis | 747,59 | 1,19% | 61,23 | 124h36min | -2,68% | |
dez/23 | Florianópolis | 758,5 | 1,46% | 62,12 | 126h25min | -1,22% |
Variação do valor da cesta básica de alimentos em Florianópolis/SC
Com base nos dados apresentados é importante destacar o comportamento do valor da cesta básica de alimentos em Florianópolis, a qual é destacada no gráfico a seguir:
Como se pode observar, o primeiro quadrimestre é marcado por forte alta, havendo forte queda no segundo quadrimestre, seguido tendencia de alta no último quadrimestre e fechando o ano com tendência de alta, mas registrando pequena redução (-1,22%) em relação aos valores registrados no início do ano.
Isso impacta diretamente no poder de compra dos trabalhadores.
O objetivo de trazer essas informações é subsidiar uma reflexão sobre a importância de conseguir negociar aumento real no momento da reposição da inflação, para fazer frente a essas oscilações nos preços que são inevitáveis, imprevisíveis ou previsíveis, porém de consequências incalculáveis no momento da reposição.
Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos
A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA – DIEESE) é um levantamento contínuo dos preços de um conjunto de produtos alimentícios considerados essenciais. A PNCBA foi implantada em São Paulo em 1959, a partir dos preços coletados para o cálculo do Índice de Custo de Vida (ICV) e, ao longo dos anos, foi ampliada para outras capitais. Hoje, é realizada em 17 Unidades da Federação e permite a comparação de custos dos principais alimentos básicos consumidos pelos brasileiros.
Os itens básicos pesquisados foram definidos pelo Decreto Lei nº 399, de 30 de abril de 1938, que regulamentou o salário-mínimo no Brasil e está vigente até os dias atuais. O Decreto determinou que a cesta de alimentos fosse composta por 13 produtos alimentícios em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta. Os bens e quantidades estipuladas foram diferenciados por região, conforme os hábitos alimentares locais.
Segundo o dispositivo legal citado, para nossa região são pesquisados os seguintes produtos e quantidades mensais:
O banco de dados da PNCBA-DIEESE apresenta os preços médios, o valor do conjunto dos produtos e a jornada de trabalho que um trabalhador precisa cumprir, em todas as capitais, para adquirir a cesta. Para saber mais acesse www.dieese.org.br
Salário-Mínimo Necessário
A Constituição de 1988, define o salário-mínimo como aquele fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e às de sua família, com: moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo. (art. 7, IV da CF/88).
Considerando o disposto na Constituição, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE realiza um levantamento de quanto deveria ser o salário-mínimo necessário.
Esse levantamento é realizado mensalmente e considera o preceito constitucional de que o salário-mínimo deve atender as necessidades básicas do trabalhador e de sua família e cujo valor é único para todo o país.
Em dezembro de 2023 o salário-mínimo necessário deveria ser de R$ 6.439,62 (seis mil, quatrocentos e trinta e nove reais e sessenta e dois centavos) e não de R$ 1.320,00 (mil trezentos e vinte reais) que era o salário-mínimo nominal ou vigente em dezembro de 2023.
Acompanhe a variação apresentada durante o ano de 2022 na tabela abaixo:
Período | Mês | Salário-mínimo nominal (R$) | Salário-mínimo necessário (R$) |
1º quadrimestre | jan/23 | 1.302,00 | 6.641,58 |
fev/23 | 1.302,00 | 6.547,58 | |
mar/23 | 1.302,00 | 6.571,52 | |
abr/23 | 1.302,00 | 6.676,11 | |
2º quadrimestre | mai/23 | 1.320,00 | 6.652,09 |
jun/23 | 1.320,00 | 6.578,41 | |
jul/23 | 1.320,00 | 6.528,93 | |
ago/23 | 1.320,00 | 6.389,72 | |
3º quadrimestre | set/23 | 1.320,00 | 6.280,93 |
out/23 | 1.320,00 | 6.210,11 | |
nov/23 | 1.320,00 | 6.294,71 | |
dez/23 | 1.320,00 | 6.439,62 |