Mais um 08 de março chegou, trazendo poucos avanços e um cenário com muitos desafios. Embora representem a maioria da população brasileira, elas (mulheres) estão sub-representadas nos espaços políticos e de poder, e, por essa razão, é muito difícil colocar no debate legislativo as questões femininas.
Nesse sentido, gostaria de nesse 08 de março destacar alguns dos muitos desafios enfrentados pelas mulheres brasileiras.
As mulheres no Brasil enfrentam diversos desafios em diferentes áreas, como no mercado de trabalho, na política, no enfrentamento à violência e na ocupação de cargos de liderança.
Dados do último trimestre de 2022 publicado pelo IBGE, revelam que as mulheres brasileiras ainda sofrem com a desigualdade salarial em relação aos homens e enfrentam maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho, com uma taxa de desemprego de 14,5%, enquanto o masculino ficou em 9,3%.
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No campo político, a participação das mulheres ainda é muito baixa, com apenas 16,6% dos cargos no Congresso Nacional ocupados por mulheres nas eleições de 2022. Além disso, as mulheres ainda enfrentam discriminação e preconceito no ambiente político, o que dificulta sua representatividade e atuação. OBSERVATÓRIO NACIONAL DA MULHER NA POLÍTICA – PAINÉIS DE DADOS DAS ELEIÇÕES, ACESSE AQUI.
No enfrentamento à violência, o Brasil ainda é um dos países com maiores índices de violência contra a mulher no mundo, com altas taxas de feminicídio e agressões físicas e psicológicas. Dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos mostram que de janeiro a setembro de 2022, foram registrados 1.051 casos de feminicídio, um aumento de 3,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Infógrafo Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil – 4ª Edição, ACESSE AQUI
Levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – DIEESE – aponta que as mulheres também enfrentam desafios para ocupar cargos de liderança em empresas e organizações. Segundo o levantamento, apenas 10,3% das empresas brasileiras têm mulheres em seus conselhos de administração, o que evidencia a falta de representatividade feminina em cargos de tomada de decisão. Informativo Estatísticas de Gênero, ACESSE AQUI
Boletim das Mulheres, ACESSE AQUI
Para enfrentar esses desafios, é necessária uma mudança cultural que promova a igualdade de gênero e valorize a participação e atuação das mulheres em todos os setores da sociedade. É preciso investir em políticas públicas e programas que incentivem a inclusão e representatividade feminina, bem como medidas que assegurem a proteção e apoio às mulheres vítimas de violência. Além disso, é fundamental que as empresas e organizações adotem práticas inclusivas e igualitárias para que as mulheres possam ter acesso a oportunidades de liderança e desenvolvimento profissional.
Por fim, convido você, a nesse 08 de março, e nos próximos dias do ano, fazer uma reflexão sobre os desafios do universo feminino, sobre as estratégias e mudanças que precisam implementadas para que se alcance mais igualdade de gênero e justiça social.
É importante reconhecer os desafios, mas além disso precisamos enfrentá-los e superá-los.
Gaspar, 08 de março de 2023.
Jeferson Debus – Presidente do SINTRASPUG.